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Volta às aulas é marcada por proibição de uso de celulares em escolas

 


A volta às aulas, a partir deste ano, será marcada pela proibição do uso de celulares nas escolas brasileiras. A nova lei surge como uma alternativa para manter os estudantes mais concentrados, além de incentivar a interação fora das telas. Porém, ficar horas desligado das redes pode ser um desafio para os alunos. 

A professora de português Angélica dos Anjos explica que, nos primeiros dias, o aparelho pode fazer falta, mas que uma forma de se adaptar é tentar fazer as atividades do dia a dia sem o celular. “Tem um exercício, uma tarefa de casa de pesquisa? Vamos pegar um livro, sentar com os pais, com os irmãos, vamos discutir algum assunto que a gente tenha dúvida. Vamos começar a diminuir o tempo. O próprio aluno pode começar a monitorar seu próprio tempo, né? Eu usava muito o celular, então, agora, vou usar somente de tal hora a tal hora. O aluno consegue fazer esse controle”, enfatiza a docente. 

Foi exatamente assim que a dona de casa Josilda Garcia fez com a filha de 13 anos. Antes mesmo de voltar às aulas, ela combinou com a menina um horário limitado no celular. E a adaptação à nova regra tem sido tranquila, segundo a mãe: “aqui em casa, tá tudo tranquilo. Eu, pessoalmente, estou amando a proibição, por conta da concentração da criança, né, que, com certeza, aumentará o seu rendimento. Já faz um tempo que venho controlando o uso do celular, né? Ela usava apenas em horários estratégicos. Por isso, talvez a adaptação esteja sendo tranquila. Não vejo ela reclamar e também não vejo ela falar de outros coleguinhas que estejam reclamando”.

O estudante do segundo ano do ensino médio Arthur Borges, de 16 anos, já voltou a estudar e conta que está mais focado sem o celular. Porém, a comunicação com os pais ficou mais difícil. “A comunicação para os pais lá do colégio é muito importante. E você não consegue fazer isso dentro da escola. Tem que sair da escola para, depois, pegar o celular, e isso eu acho uma mudança ruim. Porque, por exemplo, para falar que a aula já está acabando, que você vai embora ou até para pedir um Uber ou chamar o pai, a mãe, o responsável para buscar, piora a situação. Além de ter que ficar mais tempo esperando, você precisa ficar fora da escola, o que, às vezes, não é um local muito seguro, né?”, pondera o aluno. 

Segundo relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, de 2022, alunos que passaram mais de cinco horas diárias conectados tiveram, em média, 49 pontos a menos em matemática do que os que usaram o celular por até uma hora.

De acordo com a nova lei, sancionada pelo presidente Lula em janeiro deste ano, o uso dos celulares está proibido durante as aulas, recreios, intervalos e atividades extracurriculares, mas será liberado em alguns casos, como emergências, para fins pedagógicos, com a orientação do professor, e para acessibilidade de estudantes com deficiência. A lei ainda precisa ser regulamentada.

*Com supervisão de Bianca Paiva




Fonte: Radioagência Nacional

 

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