A Justiça acatou, neste domingo (13), o pedido de prisão temporária da Polícia Civil de São Paulo contra o segundo suspeito de envolvimento na morte de dois homens no assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, no interior paulista. No ataque, ocorrido na noite de sexta-feira (10), outras seis pessoas ficaram feridas.
Nesse domingo, foram velados os líderes agricultores Valdir do Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28.
Representando o presidente Lula, a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, declarou que o Brasil assiste a uma disputa entre os que defendem a vida e o direito à terra, e aqueles que atentam contra a democracia e se acham donos de todas as riquezas do país:
“Esse tipo de crime acontece num contexto que, no Brasil, nós estamos fazendo uma disputa entre aqueles que defendem a vida, o direito a terra e aqueles que usam o estado para combater a maioria da população”.
Segundo relatos de moradores à polícia, cerca de dez agressores, em cinco carros e duas motos, chegaram atirando, quando a maioria dos agricultores estava dormindo.
A polícia civil informou que o primeiro suspeito foi preso logo após o ataque. Na tarde de sábado (11), foi preso o segundo suspeito, conhecido como Nero do Piseiro, e reconhecido pelos assentados. Ele é apontado como possível mentor intelectual do crime.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou, em Tremembé, que o crime aconteceu porque os atiradores pretendiam subtrair um lote, que foi defendido pelos assentados. Teixeira advertiu, ainda, que atentados como esse não vão parar a reforma agrária no país.