Uma cerimônia toda em clima de um dia para não ser esquecido e em favor da democracia. Assim foi o evento para lembrar os dois anos dos atos golpistas em Brasília. E o presidente Lula logo deixou claro:
“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva; Estamos aqui, mulheres e homens, de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre”.
E afirmou que todos os envolvidos na tentativa de golpe serão devidamente punidos, depois de terem assegurado o amplo direito de defesa. Mesmo aqueles que planejaram o assassinato do próprio Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Um bando de aloprados que acharam que não precisava deixar a presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder. Eu fico imaginando se tivesse dado certo a tentativa de golpe deles, o que iria acontecer nesse país?”
O mesmo tom – de defesa da democracia e da liberdade – foi usado por outras autoridades que participaram do evento. O presidente em exercício do STF, Edson Fachin, cravou:
“Para que não se repita, precisamos sempre lembrar do que aconteceu. Para que as novas gerações não esqueçam das dores de uma ditadura e dos males que o autoritarismo traz. Nós, os ministros do Supremo Tribunal Federal, sabemos que existimos na democracia, vivemos pela democracia e da democracia jamais desistiremos”.
Representando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ausente por conta de uma viagem ao exterior, o vice-presidente da casa, Veneziano Vital do Rego, disse que é preciso ajudar aqueles que, ainda hoje, acham que viver sob o autoritarismo é melhor que viver na democracia.
“Nós precisamos ajudar essa gente. Nós precisamos demonstrar que viver com a liberdade de imprensa, de opinião, com a liberdade de viver com contestação é muito melhor do que viver sob o manto de quaisquer ditaduras”.
O presidente Lula aproveitou para assinar um decreto criando o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. A ideia é reconhecer pessoas brasileiras ou não que tenham colaborado para a preservação e restauração da democracia no Brasil.